Bom... O assunto é chato, mas me deu vontade de falar um pouco do outro lado do doente: o acompanhante, os amigos ou aqueles que ao longo do caminho se tornam amigos.
Se para o doente é complicado e doloroso saber do diagnóstico pior é quando o mesmo resolve contar a coisa pela metade ou aos pedaços e não rara às vezes pede sigilo ao médico. Em vez de aliviar piora a situação. A verdade é e sempre foi o melhor caminho a ser trilhado em qualquer situação.
O sofrimento começa quando se tem a dificuldade de compreender as reações no corpo e nas emoções. Quem esta do outro lado fica sem ação, com medo de estar fazendo ou dizendo algo errado. E sempre algo dá errado porque não se sabe que bendito terreno ao certo se esta pisando.
É o medo do doente do abandono, do futuro incerto, de ficar na dependência de alguém, de não vencer esse mal que de alguma forma atingiu aquela história de vida.
A incerteza de saber com o que esta se lidando exatamente faz com que a mente crie milhões de fantasmas, com que o coração fique aos pulos e não rara as vezes se entre em tristeza profunda por não se ter a mínima ideia de como agir.
Nos resta estar do lado, oferecer o abraço, os ouvidos e o coração. Estar ali independente do que ocorra.
O amor é esse ato de inutilidade, de se sentir de mãos atadas e com o coração em frangalhos mas ter a certeza de que você não saberia ter outra atitude que não seja essa: estar ali do lado para o que der e vier.
Mesmo que o silêncio do doente dilacere as chances de se compreender melhor com o que esta ocorrendo.
A missão de Deus ao qual tanto se chama nessas horas é colocar uma boa equipe médica e pessoas verdadeiramente preocupadas com a mais breve recuperação.
Em mostrar que pequenos gestos fazem grandes diferenças no dia a dia.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
O outro lado da porta.
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