quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O outro lado da porta.

Bom... O assunto  é  chato, mas me deu vontade  de falar um pouco do outro lado do doente: o acompanhante, os amigos ou aqueles  que ao longo do caminho se tornam amigos.
Se para  o doente  é  complicado e doloroso saber do diagnóstico  pior é  quando  o mesmo  resolve  contar a coisa pela metade  ou aos pedaços e não  rara às  vezes pede  sigilo ao médico. Em vez de aliviar  piora a situação. A verdade é  e sempre foi o melhor caminho  a ser trilhado  em qualquer  situação.
O sofrimento  começa  quando  se tem a dificuldade  de compreender  as reações  no corpo  e nas emoções. Quem esta do outro  lado fica sem ação, com medo  de estar fazendo  ou dizendo  algo errado. E sempre algo dá  errado porque não  se sabe  que bendito  terreno ao certo se esta pisando.
É  o medo  do doente do abandono, do futuro incerto, de ficar  na dependência  de alguém, de não  vencer esse mal que de alguma  forma  atingiu aquela história  de vida.
A incerteza de saber com o que esta se lidando  exatamente  faz com que  a mente crie milhões  de fantasmas, com  que o coração  fique  aos pulos e não  rara as vezes  se entre  em tristeza profunda por não  se ter a mínima  ideia de como agir.
Nos resta estar do lado, oferecer o abraço, os ouvidos  e o coração. Estar ali  independente  do que ocorra.
O amor é  esse ato de inutilidade, de se sentir de mãos  atadas  e com o coração  em frangalhos  mas ter  a certeza  de que  você  não  saberia ter outra atitude  que  não  seja essa: estar  ali do lado  para o que der e vier.
Mesmo que o silêncio  do doente dilacere as chances  de se compreender  melhor com o que esta ocorrendo.
A missão de Deus ao qual tanto se chama nessas horas é  colocar  uma boa  equipe  médica  e pessoas  verdadeiramente  preocupadas com a mais breve recuperação.
Em mostrar que pequenos gestos  fazem  grandes diferenças no dia a dia.